A resposta não é difícil: porque
é à noite que fisiologicamente nós temos maior frequência de pulsos de GH, e devemos tentar mimetizar o máximo possível a Fisiologia.
Eu gosto de crianças porque elas
fazem muitas perguntas e não se satisfazem com a resposta fácil. Às vezes os
pais reclamam do que eu mais gosto nelas, os por quês e por quês intermináveis,
e que fazem a gente ou pensar para responder, ou dizer que é assim porque é,
pronto e acabou. Para os adultos costuma bastar a primeira resposta.
Sim, à noite temos mais pulsos de
secreção de GH. Mas... por quê?
Ele não perguntou, mas como eu no
lugar dele teria perguntado, tentei responder.
Mais uma vez, existe uma resposta
fácil: porque à noite, no período de jejum prolongado, precisamos dos hormônios
contra-insulínicos – glucagon, cortisol e GH; menos a adrenalina – em atividade
para manter a glicemia e o fornecimento de substrato energético para o sistema
nervoso central.
Nós temos o hormônio de estoque
energético, a insulina; e os hormônios que disponibilizam esse estoque para um
objetivo específico.
O glucagon é o hormônio
contra-insulínico por natureza, tudo que a insulina faz ele faz o contrário, e
tem como objetivo o controle da glicose e a prevenção de hipoglicemia.
A adrenalina é o hormônio do
estresse exógeno, da luta ou fuga, do exercício físico, e fornece substrato
energético para a atividade muscular.
O cortisol é o hormônio do
estresse endógeno, da modulação imunológica, e provê energia para a atividade
das células inflamatórias.
E o hormônio de crescimento, por
fim, é o hormônio do... crescimento; não só estatural, mas também ósseo,
cartilaginoso e muscular. Ele faz catabolismo das reservas energéticas para servir
como matéria-prima para o anabolismo somático. Assim, aumenta a produção
hepática de glicose, aumenta a produção e liberação de ácidos graxos pelo
tecido adiposo, e aumenta a síntese protéica muscular. Daí os efeitos de
diminuir a massa gorda e aumentar a massa magra durante o tratamento, tanto em
casos de doenças em que o uso da medicação é aprovado como de doping esportivo.
Como seria impossível que o
músculo hipertrofiasse durante a sua atividade, é interessante que o GH seja
produzido (ou administrado) em um período de baixa atividade muscular. Ou seja,
o sono.
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